Hospital Cruz Vermelha Portuguesa

Nuno Craveiro Lopes, médico ortopedista no Hospital da Cruz Vermelha operou, no passado dia 28 de dezembro, um adolescente de 14 anos proveniente dos Estados-Unidos com a doença de Perthes. Esta condição rara, que ocorre nas crianças, afeta a zona do quadril e carateriza-se pela falta de circulação sanguínea na cabeça do fêmur, provocando a morte deste osso da perna. Dor constante na anca, coxear frequente, dificuldade em movimentar a perna ou limitação na amplitude de movimento da perna são alguns dos principais sintomas desta doença que em casos mais graves podem impedir totalmente a mobilidade do doente.

O jovem norte-americano já havia sido operado no seu país, mas o tratamento não obteve o sucesso desejado e deu origem a uma luxação da anca (a cabeça do fémur fixou fora do encaixe da anca). Por falta de circulação do sangue, o osso de encaixe, que era esférico, ficou amolgado, provocando uma paralisia quase total do quadril. “As sequelas desta operação iriam provocar o desgaste da articulação e a necessidade de fazer uma prótese da anca antes do paciente completar 20 anos”, explicou Nuno Craveiro Lopes.

“Realizámos um procedimento cirúrgico chamado de distração articular com recurso a um fixador externo que permitiu pôr a cabeça do fémur no lugar, descomprimir a parte amolgada do osso e possibilitar que este cresça de novo. Posteriormente fizémos uma osteoplastia por moldagem de forma a tornar mais esférico o osso que estava amolgado”, aclarou o médico ortopedista.

Os procedimentos médicos realizados no Hospital da Cruz Vermelha foram realizados com sucesso e o paciente, que teve alta, já regressou ao país de origem. “Prevê -se a recuperação quase total da mobilidade da anca do paciente num prazo de dois meses”, salienta ainda Nuno Craveiro Lopes, um dos especialistas mundiais na doença de Perthes.