Hospital Cruz Vermelha Portuguesa

A equipa de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital da Cruz Vermelha operou uma paciente de 9 anos com uma cardiopatia congénita. A criança, que nasceu com um problema na estrutura do coração, padecia de uma comunicação interauricular, isto é, as duas aurículas do coração comunicavam entre si. Uma anomalia que necessitava de uma correção atempada e cuja única solução que lhe foi proposta passava pela abertura do esterno para ter acesso ao coração. Um procedimento cirúrgico designado por esternotomia.

Face às desvantagens deste procedimento, a família da paciente procurou outras alternativas cirúrgicas. Foi no Hospital da Cruz Vermelha que lhe foi proposta uma abordagem inovadora e pioneira em Portugal. A cirurgia é feita por via axilar com incisão na pele de 5 centímetros, apresentando diversas vantagens para o paciente comparativamente à cirurgia tradicional:

• Pós-operatório menos doloroso para o paciente;
• Diminuição do tempo de recuperação do paciente.
• Menor impacto estético. A cirurgia é feita na axila, ficando escondida debaixo do braço;
• A cicatriz é de pequena dimensão, contrariamente à esternotomia. A cirurgia cardíaca por via axilar não ultrapassa os 5 cms;
• Não interfere no crescimento do peito das mulheres;
• Não é necessário cortar qualquer osso, uma vez que a cirurgia é feita através do espaço entre as costelas;
• Menos perda de sangue durante a cirurgia, diminuindo a necessidade de transfusão de sangue;
• É um procedimento menos agressivo para o paciente, relativamente à cirurgia tradicional;
• Reduz algumas das complicações cirúrgicas e respiratórias.

A cirurgia foi levada a cabo pelo Dr. Luís Baquero, Coordenador do Departamento de Circulação e Cirurgia Cardiotorácica do Hospital da Cruz Vermelha, que realça a importância deste tipo de procedimento. “Trata-se de uma abordagem tão segura como a convencional. Esta técnica acrescenta, para além do benefício físico de uma cirurgia cardíaca menos agressiva,  o benefício psicológico  e a redução do impacto estético ao poder esconder a cicatriz e torna-la menos visível ", diz. O procedimento cirúrgico contou ainda com a participação do Dr. Manuel Pedro Magalhães, Cirurgião Cardiotorácico e Diretor Clínico do Hospital da Cruz Vermelha.

A menina, que foi operada no passado dia 13 de dezembro, já teve alta e já regressou a casa para passar o Natal em família de sorriso no rosto e de coração cheio.