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Diabetes e o Pé Diabético, pelo Dr. João Martiniano
18 Fevereiro 2022
De acordo com Federação Internacional de Diabetes, Portugal é dos países com uma prevalência de Diabetes mais elevada da União Europeia (9.8 versus 6.2% de média europeia). Esta doença crónica, quando insuficientemente controlada, pode originar diversas complicações macro e microvasculares, sendo de salientar a nível do membro inferior o desenvolvimento de doença arterial periférica, neuropatia e deformidades que podem culminar em úlceras e amputações.
Estas complicações a nível do membro inferior representam elevados custos para o Sistema Nacional de Saúde, assim como uma importante diminuição na qualidade de vida do indivíduo devido a um conjunto de situações frequentemente associadas com esta patologia como são a dor persistente, mobilidade reduzida, limitação nas atividades sociais e relacionamentos.
De acordo com o Relatório Anual do Observatório da Diabetes (edição de 2019), todos os anos cerca de 1000 amputações dos membros inferiores são realizadas em Portugal, sendo que aproximadamente um terço são major. A nível mundial considera-se que cerca de 8 a 10 milhões de pessoas sofrem de complicações de Pé Diabético.
As pessoas com Diabetes têm um risco de sofrer uma amputação 15 a 46 vezes superior às pessoas sem Diabetes. E, uma vez ocorrendo uma amputação, o risco de nova amputação é de 25% a 3 anos e de 68% a 5 anos e a sobrevivência diminui de 70 para 41%, respetivamente.
As diversas recomendações nacionais e internacionais apontam para a necessidade de uma correta identificação e descrição do pé em risco, uma alocação adequada dos recursos e comunicação interprofissional eficiente. Estas recomendações preconizam que o exame podológico dos indivíduos com Diabetes deve originar a sua estratificação pelo seu grau de risco de ulceração de acordo com a classificação do International Working Group on Diabetic Foot, sendo que o nível de cuidados e a periodicidade da vigilância deve ser de acordo com essa classificação.
A existência de equipas multidisciplinares adaptadas ao nível de complexidade e coordenadas entre elas é essencial para que se possam diminuir estes números.
O Podologista como profissional de Saúde que estuda, previne, diagnostica e trata as alterações dos pés e as suas repercussões no corpo humana possui uma visão única e competências específicas, tal como os restantes profissionais, que poderão trazer benefícios importantes para os resultados destas equipas.
Nos Estados Unidos da América, a abordagem “Toe and Flow” tem sido cada vez mais adotada. Nesta abordagem, de identificação rápida de risco de amputação minor e de necessidade de revascularização o Podologista deve funcionar como o “porteiro” que recebe os pacientes, avalia e referencia para as medidas necessárias para a prevenção da catástrofe.
Os Podologistas possuem as competências necessárias para o rastreio e classificação do pé de risco, tratamento de lesões ulcerativas e pré-ulcerativas, avaliação biomecânica, realização de ortóteses digitais e plantares individualizadas e aconselhamento de calçado adequado.
Neste problema clínico que é o Pé Diabético todos os esforços são poucos para tanta complexidade. Terminamos reiterando que todas as nossas energias devem ser focadas em fazer o melhor por cada utente, juntos e aprendendo uns com os outros, permitindo que cada um dê o melhor de si.
João Martiniano
Podologista no Hospital Cruz Vermelha
Director da Área de Ensino da Podologia da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa
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