
Saúde e Bem Estar
Numa altura em que estar informado é fundamental, disponibilizamos os mais variados conteúdos para sua consulta.
Exames ao coração podem prevenir morte súbita
05 Janeiro 2023

Miklos Féher, Alfredo Quintana, Paulo Diamantino, Neno. Todos eles foram vítimas de morte súbita. Apesar de ocorrer inesperadamente e sem causa conhecida, a morte súbita pode ser prevenida. Bastam alguns exames, feitos no momento certo – quando se inicia a prática desportiva ou perante determinados sintomas.
"A morte súbita é aquela que ocorre de forma inesperada, num curto espaço de tempo. A pessoa está bem, não existe evidência anterior de qualquer problema de saúde, mas morre", define o Carlos Cotrim, cardiologista do Heart Center do Hospital Cruz Vermelha e especialista no tema.
Todavia, quando são levados a cabo os estudos ‘post-mortem’, verifica-se que a maioria dos casos de morte súbita relaciona-se com anomalias clínicas que não foram detetadas a tempo.
"Não é o desporto que provoca a morte súbita, pelo contrário. O desporto dá-nos saúde e anos de vida. O que há são situações clínicas que não foram diagnosticadas, mas que podem ser desencadeadas pela prática desportiva mais intensa dando origem ao fenómeno", esclarece Carlos Cotrim.
Na prática desportiva federada, a descrição dos exames que os atletas devem efetuar "está explícita e cientificamente comprovada". Caso não exista este acompanhamento, o início de qualquer atividade física deve ser precedido por um exame médico. "Numa avaliação básica inicial, ouve-se o historial da pessoa e é efetuado uma eletrocardiograma. Se houver antecedentes familiares, está estipulada para além da realização de uma eletrocardiograma e sobretudo se forem detetadas anomalias, dar início a uma investigação do problema, adequada a cada situação particular", explica o especialista.
No âmbito da cardiologia, existem exames específicos para estes casos. "Quando o atleta tem sintomas de esforço, nada melhor que um exame realizado nessas mesmas circunstâncias", avisa. Além da tradicional prova de esforço, em algumas unidades de saúde, como o Heart Center, no Hospital Cruz Vermelha, em Lisboa, é possível fazer uma Ecocardiografia de Esforço.
"Ainda não é um exame comum porque a formação e a aprendizagem técnica dos profissionais de saúde demora muito tempo. Mas é um exame que permite uma melhoria da qualidade e da quantidade de informação, pois dá-nos a possibilidade de fazer uma avaliação da mecânica cardíaca e tirar mais conclusões adequadas", justifica Carlos Cotrim.
A cardiologista Joana Feliciano concorda e acrescenta outros passos para um diagnóstico eficaz, dependendo da idade e da condição do doente. "Pode também ser preciso fazer um Angio Tac Cardíaco ou uma Ressonância Magnética. Tudo depende da idade, dos sintomas e do problema que está a ser investigado. No Heart Center temos a vantagem de termos uma equipa especializada nas diversas etapas e exames, o que nos permite tirar conclusões com grande acuidade", conclui a especialista.
Agora já sei o que tenho e o que devo fazer
Apesar de não praticar desporto com a regularidade de um atleta profissional José Pedro Andrade, de 44 anos, sempre gostou de andar de bicicleta e de jogar à bola. Há algum tempo começou a sentir "uma dor opressiva do lado esquerdo do peito, que aparecia depois dos jogos – quando estava mais desidratado – em momentos de stress ou quando tinha excesso de trabalho".
Procurou uma consulta de cardiologia. "Fiz alguns exames e fui encaminhado para o Dr. Carlos Cotrim, que me fez uma eco de esforço, na qual era perfeitamente visível uma obstrução intraventricular induzida pelo esforço", recorda.
José Pedro passou a fazer medicação para controlar o problema. "Nunca fiquei completamente assintomático, mas foi uma boa notícia saber que não tenho doença coronária. Agora já sei o que tenho e o que devo fazer. Voltei a fazer a minha vida normal, incluindo desporto", afirma.
Um diagnóstico que só foi possível graças à realização daquele exame específico. "Com os meios de diagnóstico que temos disponíveis no Heart Center conseguimos fazer uma avaliação completa de qualquer situação clínica, direcionando a investigação caso a caso", congratula-se o médico Carlos Cotrim.
"A própria avaliação para a prática desportiva tem dois contextos particulares: os atletas de competição, maioritariamente jovens saudáveis abaixo dos 35 anos, e os outros praticantes menos regulares, acima dos 35 anos e mesmo dos 50, idade a partir da qual o risco de sofrer uma doença cardíaca é bastante maior", explica Carlos Cotrim.
Veja também:

31 Janeiro 2023
Laser trata doença urinária
Cirurgia minimamente invasiva a laser permite ter riscos mais reduzidos e devolve qualidade de vida aos doentes.

31 Janeiro 2023
Taquicardia: O que é, o que aumenta o risco, os sintomas e como se previna e trata!
O cardiologista do Heart Center, Dr. Ramiro Sá Carvalho, explica tudo sobre este problema de saúde neste artigo dado à Visão Saúde, no dia 21 de janeiro. Leia o nosso artigo e saiba tudo!

16 Janeiro 2023
As 6 causas para ter dor no peito
Muitas vezes, é sinal de um ataque cardíaco, mas não só. Luís Baquero, Cirurgião Cardiotorácico no Hospital Cruz Vermelha, explica o que pode originar esta sensação de aperto no tórax.

05 Janeiro 2023
É possível tratar as varizes sem operar?
Sim, é! A nossa médica radiologista de intervenção, a Dra. Élia Coimbra, esclarece-nos sobre isso neste artigo de opinião. Leia aqui.